Lição 01 de 03

Aqui está o que eu descobri depois de 14 anos no mercado da música eletrônica e que irá te ajudar a triplicar o seu cachê nos próximos 12 meses!

Por Eduardo Juliato
Valinhos-SP

Eu abri aquela carta com as mãos tremendo e um frio na barriga!

 

Era segunda-feira e um oficial de justiça bateu em minha porta, me entregando uma intimação. Eu não fazia ideia sobre o conteúdo daquele documento. Eu nunca tinha cometido nenhum “crime”…

 

Por que estaria recebendo aquela intimação? 

 

Com as mão trêmulas, abri o documento com muito medo do conteúdo que estava me esperando… 

A carta dizia para eu comparecer ao fórum para uma audiência “devido a um crime que eu havia cometido”, porém, não fornecia qualquer detalhe sobre o incidente. 

 

Para completar a minha ansiedade e desespero, faltava mais de um mês para a tal audiência…

Aquilo me deixou muito preocupado! 

Eu tinha apenas 22 anos, recém formado, trabalhando em uma boa empresa… fiquei completamente aterrorizado com que viria pela frente. 

“O que será que eu fiz? Será que fui confundido? Será que vou ser preso?”, me questionava sem parar. 

Antes da audiência, meu irmão, que era estudante de Direito, teve acesso aos documentos do processo…

Um calhamaço de folhas com prints do Orkut (sim, jovens, essa história é bem antiga. Talvez, você não tenha vivenciado a época do Orkut). Além do Orkut, prints de um site chamado Balada Planet, fotos minhas… me senti um verdadeiro criminoso sendo investigado pela Lava-Jato. 

 

Não… eu não estava vendendo êxtase nas festas!

 

Todos aqueles papeis eram para me acusar de ter ORGANIZADO uma rave em 2006. 

E… de fato, eu era 100% culpado! 

Eu tinha organizado uma festa para 700 pessoas em uma chácara em Valinhos-SP: Chácara do Vô Dito. 

A festa se chamava Siddhartha PVT e eu realmente havia divulgado no Orkut e no Balada Planet, um site que tinha a agenda de TODAS as festas da região.

O Vô Dito era um senhor de 84 anos que me alugou a chácara. 

Resumindo a história: Eu e o Vô Dito fomos “condenados” a pagar 2 meses de serviço comunitário. Ele teve que varrer o Parque Municipal e eu tive que organizar a biblioteca de uma escola estadual… durante 2 fucking meses!

O fato é que eu acabei dando muita sorte. Na festa tinha menores de idade, bebida e sequer tinha alvará. Mas, mais do que isso… a minha insanidade era tão grande que a festa foi no dia da eleição (e todo mundo sabe que não se pode vender bebidas alcoólicas neste dia). 

E mesmo com tudo isso, eu fui sentenciado SOMENTE por causa do barulho

Ufa!! Passou! 

Aquela foi a oitava e ÚLTIMA festa que eu organizaria!

E aí você deve estar se perguntando: “Mas, Eduardo. O que isso tem a ver com produção de música eletrônica?”. 

Eu precisei contar essa história (nunca antes compartilhada) porque naquela festa aconteceu algo que mudou completamente a maneira como eu enxergo a carreira de um DJ e de um Produtor. Mais do que isso, eu descobri O SEGREDO para você triplicar o seu cachê e conquistar o seu espaço no mercado com muito mais velocidade! 

 

Continue atento às próximas linhas, porque se você também é um artista da música eletrônica, isso poderá mudar completamente a maneira como você enxerga o seu projeto! 

 

Voltando à minha festa tenebrosa… 

Eu tinha contratado vários DJs locais pra tocar. Alguns de graça, outros a R$100,00 e outros a R$200,00. Um deles foi o Dj Mikeda, que tocava psytrance. 

Ele era o superstar da região. Tocava em todas as festas por aqui. Todo mundo conhecia o Dj Mikeda. O cachê dele era R$300,00, o mais “alto” (em 2006, R$300,00 eram equivalentes a um salário mínimo). 

E bem naquela época, o Mikeda tinha lançado o seu primeiro Live, chamado Kootech. Falei com ele “vamos fechar o live e o DJ set”. E ele aceitou!

Porém, quando eu perguntei o valor do Live Kootech… 

 

– O Live é R$800,00.

O QUE?????? (gritei mentalmente).

R$800,00 eram 2,5 salários mínimos. 

“Por uma hora de apresentação???” gritei mentalmente, intrigado. 

Enfim, eu não tinha caixa para pagar tudo aquilo mas aceitei a proposta e deu tudo certo! No fim das contas, festa acabou me dando uns R$300,00 de lucro. rsrsrsrs 

Aquele foi o dia em que eu entendi o valor de um artista que PRODUZ as próprias músicas!

Eu quero que você preste muita atenção no que eu vou te dizer. 

 Já em 2006,  quando a concorrência entre DJs era EXTREMAMENTE baixa, a diferença de cachê de um cara que era pouco conhecido para um que era muito conhecido era de apenas 100 reais

É claro que aquele era o cenário da minha festa, na minha região. Mas, não há dúvidas que aquele cenário era uma pequena representação do mercado. 

O que eu descobri sobre os DJs que não ultrapassam a barreira dos cachês R$100,00 

Eu preciso que você entenda isso: 

 

1) O Mikeda era um DJ que lotava as festas. Seu nome era muito conhecido. Seu cachê era R$300.

2) O Kootech era o Live do Mikeda, que NINGUÉM conhecia. Ele não lotava nenhuma festa. Seu cachê era R$800,00. 

Eu vou te explicar o conceito que PODERÁ triplicar o seu cachê nos próximos 12 meses. Mas antes, eu quero esclarecer um ponto:

Eu sei que existem DJs que recebem cachês elevadíssimos e nunca produziram uma música. E eu sei que existem lives que nunca ganharam 1 real. Existem muitos fatores envolvidos nesse processo. Não existe uma relação de causa e efeito (ex.: eu tenho um Live, logo terei prestígio e dinheiro. Não é isso). Mas, estou falando da média, ok? 

 

Reflita comigo:

 

Quanto custa um café filtrado na padaria? 

Talvez, R$1,50 – R$2,00. 

Se você chegar na padaria da esquina e pedir um café filtrado e o preço for R$7,00, você vai ficar indignado. Afinal, todo mundo sabe que um café não custa tudo isso. 

Porém, se você for à Starbucks, você irá tomar um café filtrado, irá pagar R$7,00 e sairá feliz. 

Agora, responda para si mesmo: 

“Por que você ficaria indignado em pagar R$7,00 em um café na padoca da esquina?”. 

A resposta é: Porque o café é uma COMMODITY! 

 

A “commoditização” é um processo que ocorre quando um produto ou serviço é amplamente distribuído. E o que acontece quando o “mesmo” produto é amplamente distribuído? 

GUERRA POR PREÇOS! É por isso que um café filtrado custa R$1,50 a R$3,00 em qualquer padoca de qualquer esquina. Todo mundo sabe que um café custa isso. É uma commodity. 

Café é café. Ponto!

Entretanto, quanto você vai à Starbucks, você não compra café (uma commodity). Você compra a experiência. E a experiência pode ser muito mais valiosa. 

Por que eu estou batendo nessa tecla? 

De 2006 pra cá, surgiram centenas de milhares de DJs no Brasil. A tecnologia permitiu que MUITA gente entrasse nesse mercado. E isso tem feito com que o serviço fosse commoditizado. Ou seja, todo mundo fazendo a mesma coisa, oferecendo o mesmo serviço, da mesma forma. Cria-se um padrão, inclusive no preço do serviço. Quando esse padrão é criado, é praticamente impossível quebra-lo! 

A solução é a DIFERENCIAÇÃO! 

Guarde muito bem isso que eu vou te dizer agora:

Ou você se diferencia ou você cairá no balaio das commodities e nunca será valorizado pelo seu trabalho. 

O que o Mikeda fez lá naquela época foi aprender a criar as suas próprias músicas. E isso o tornou ÚNICO! 

Por mais que ele fosse um bom DJ, havia muita gente fazendo a mesma coisa, tocando as músicas dos mesmos artistas que ele tocava. Mas não tinha NENHUM tocando as músicas do Kootech! 

Existem várias formas de você se diferenciar, mas pra mim, a mais segura, rápida e efetiva é criar o seu próprio LIVE! 

Ter o seu próprio LIVE é o seu principal ESCUDO contra a COMMODITIZAÇÃO e a melhor chance de ser VALORIZADO como um artista!  

Quando eu comecei a tocar como DJ, eu me submetia a qualquer tipo de festa, por qualquer cachê. Eu só queria tocar, tocar, tocar…

A minha estratégia era simples: 

1 – Entrar no site do Balada Planet

2 – Anotar o e-mail de TODAS as festas

3 – Bombardear com meu “release”. 

Eu sequer tinha um set gravado! Só um texto mal feito… 

A cada 100 festas que eu tentava tocar, conseguia uma. E com isso, entrei em casa enrascada que daria para escrever um livro. Mas esse não é o foco aqui. 

Eu não sabia, mas o serviço que eu estava oferecendo era o mesmo que todo mundo estava. 

Eu estava me commoditizando! 

 

O resultado: Cachês de R$50,00 – R$100,00 (quando existiam), piores horários no line up. E muitas vezes, eu ainda tive que pagar estacionamento, entrada e ainda não recebia nada.  

Com muito esforço, fui conquistando o meu espaço como DJ, até conseguir tocar nos melhores clubes aqui da região, que na época eram o Delux.E e o KRAFT. 

Comecei a tocar quase toda semana nesses 2 clubes e uma hora, meu cachê passou para R$300,00. Mas, isso foi o máximo que eu consegui ganhar como DJ. E não era fácil ganhar aquilo. Por mais que eu estivesse dividindo o palco com grandes artistas como Day Din, Ticon, D-Nox, parecia que aquela barreira dos R$300,00 não poderia ser rompida. 

Anos depois, quando eu criei o meu primeiro live, com APENAS 9 músicas, houve uma mudança completa de cenário! 

Na minha primeira festa com o live Sakyamuni, eu cobrei o dobro do que estava acostumado… e os organizadores aceitaram sem hesitar! 

Em outras palavras, eu estava me esforçando para ser o melhor café filtrado possível. Mas, quando eu criei o meu LIVE, eu me tornei um café da Starbucks. 

Ter o seu próprio live, ou seja, tocar as suas próprias músicas, NÃO é a única maneira de se destacar e se diferenciar no mercado. Existem DJs fazendo isso com maestria. 

Além disso, ter um live não é garantia de sucesso! 

Mas, eu acredito que ter o seu próprio LIVE é a maneira mais rápida e mais efetiva de você conquistar o seu espaço na cena, tocar em melhores eventos, em melhores horários e não ter que ficar mendigando o seu cachê! 

A verdade é que: 

As coisas mudam para melhor quando você tem um LIVE! 

Você tem mais respeito do público, dos organizadores e consegue se inserir no mercado com mais facilidade!  Mais uma vez, é possível percorrer o mesmo caminho de sucesso como DJ, mas a competição é infinitamente maior e mais brutal. 

E quando tem muitas pessoas oferecendo o mesmo serviço, ocorre uma guerra de preços e a desvalorização do artista! 

Depois do dia em que lancei o meu LIVE, eu passei a cobrar R$600,00, R$700,00, R$1.000,00, R$1500,00. 

Preste bem atenção no que eu vou te falar: As pessoas ficam investindo em equipamentos, comprando controladoras, equipamentos para se apresentar, gastando milhares de reais, seguindo o raciocínio: “Eu preciso ter os melhores equipamentos para poder tocar nas festas e ser valorizado”. 

NÃO FAÇA ISSO! Mesmo que você queira ser somente DJ, você não precisa dessa tonelada de equipamentos para tocar. O que você precisa, 99,9% das vezes, já é fornecido pela festa. 

O meu conselho: invista o seu dinheiro e o seu esforço para aprender a produzir as suas próprias músicas. Isso vai mudar completamente a maneira como você é reconhecido pelo mercado. Sério! 

Hoje, eu não corro mais atrás de festa. Eu prefiro tocar 1 ou 2 vezes por mês, mas em festas de qualidade, que pagam 50% do cachê antecipado, enviam as passagens de avião e hotel no meu e-mail. E eu não sei se teria conseguido isso tocando as músicas de outros artistas!  

Resumindo a lição: Criar as suas próprias músicas é a ponte que irá te levar para o próximo nível! 

Deixe um
dizendo o que você achou dessa lição