O bass, junto o kick, constitui a parte mais importante da sua música. Eu não me canso de dizer isso!

Se você constrói um baixo impecável, sua música tem grandes chances de ficar boa, mesmo que os outros elementos não sejam lá aquelas coisas.

Já o contrário não funciona da mesma forma. Se você tem uma música com todos os elementos bem construídos, mas com um baixo ruim, não tem como ela ser uma boa música.

No artigo de hoje, você vai conhecer os principais erros que os produtores cometem na construção do baixo e, principalmente, como evitá-los.

Erro #1 – Boosts no Sub-Grave

Eu sei que você quer fazer seu baixo parecer maior que a Terra.

Mas, acredite em mim, não é exagerando nas frequências baixas que você vai conseguir isso. Muitas vezes, essa “gordura” tão desejada é encontrada nos MÉDIO-GRAVES.

Mais do que isso, o PESO do baixo é encontrada no EQUILÍBRIO de todas as frequências.

Ou seja, no balanço tonal.

Como eu sei se o meu sub está demais?

Se você não tem um estúdio tratado, o melhor que você pode fazer é ter uma música de um artista como referência.

Alguém em quem você se baseia, que a sua música segue um estilo parecido.

Ter uma ou algumas faixas como referência ajuda muito para você não “viajar” nas frequências e achar que está deixando a sua música gordona e pesada, quando na verdade está destruindo tudo.

Erro #2 – Low-Pass Filter

A não ser que você esteja trabalhando com 2 camadas diferentes de baixo, não cometa o erro  de usar o Low-Pass Filter (LPF) exagerado.

O LPF, ou filtro-passa baixa, pode MATAR toda a presença, brilho e até mesmo os médios do seu baixo.

Lembre-se: seu baixo precisa ter equilíbrio de frequências.

Isso inclui grave, médio-grave, médio, médio-agudo e agudo.

Vou repetir, porque eu quero que isso fique muito claro:

O seu baixo precisa de: grave, médio-grave, médio, médio-agudo e agudo.

Eu vejo muita gente deixando somente os graves no baixo. Quando você faz isso e ouve em solo, ele até soa legal. Mas quando toca com outros elementos da mix, ele some e perde toda a definição.

Erro #3 – Excesso de médios (harshness)

Eu não sei porque, mas a maioria das músicas que eu recebo para dar feedback tem excesso de médios.  Em meus baixos, eu costumo fazer alguns cortes entre 400-600Hz. Isso, de alguma forma, faz o baixo respirar e tira aquela aspereza (harshness) indesejada.  Experimente isso!

Erro #4 – Limiter em excesso

Eu sei como é. Você criou o baixão e até que ele está OK.

Aí, você coloca um limiter e…  – “Ops, parece que ficou melhor! Ta ficando grandão esse baixo!

Então, você dá mais uma “puxada” no limiter e…

– “Caraca muleque, esse baixão ta ficando sinistro!

Mais uma puxadinha no threshold e…

-“Agora sim, as pistas que me segurem. Esse baixo ficou zica!!!

Não, ele não ficou zica.

Ele virou um tijolo, sem dinâmica, que dá uma paulada no ouvido toda vez que toca.

Um baixo precisa ter dinâmica e, por mais que o limiter seja um recurso para deixa-lo mais potente, é extremamente fácil destruir o seu baixo com esse plugin. Portanto, use com moderação e tente sempre preservar a dinâmica do seu “baixão zica”.

Particularmente, eu só uso o limiter no grupo de kick + bass, mas com um efeito quase imperceptível.

Erro # 5 – Conflito entre Kick e Bass

É simples!

O seu kick tem uma nota fundamental.

O seu bass também.

Se os 2 estiverem no mesmo tom, com a mesma fundamental e você quer fazer os 2 tocarem ao mesmo tempo, você tem um problema.

Afinal, 2 corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.

Nesse caso, são várias estratégias que você pode adotar. A primeira delas é a compressão com side-chain. Não cabe a esse artigo explicar essa técnica (dá uma Googleada).

Outra estratégia é a equalização.

Você, infelizmente, vai ter que escolher um dos 2 para ser o principal.

Ou é o kick ou é o bass. Na maioria dos casos será o kick. Então, suponhamos que o seu kick esteja em Lá, ou seja, 55Hz e o seu baixo também esteja em 55Hz.

Você vai ter que fazer um corte exatamente nessa frequência no seu baixo.

Entretanto, você pode compensar isso fazendo um boost no próximo harmônico, ou seja, 110Hz. Uma vez que você fez esse boost no baixo, você pode fazer um corte no kick na mesma frequência.

É o que eu chamo de equalização chave-fechadura.

Uma outra estratégia é tentar colocar o seu baixo em uma oitava acima.

Pode ser que fique bom e você elimina vários problemas.

Ainda, você pode colocar o baixo em outra nota. Ele não precisa estar na mesma nota do kick. Ele pode estar em uma quarta ou quinta (falando de intervalos), por exemplo.

Resumindo

  • Se for dar um boost em frequências baixas, tenha uma música como referência para poder comparar e ver se você não está viajando nos graves.
  • Lembre-se que seu baixo precisa de todas as frequências para ser definido
  • Resolva o excesso de médios com o equalizador
  • Cuidado com o limiter. De novo: Cuidado com o limiter! De novo: Cuidado com o limiter!
  • Resolva os conflitos entre kick e bass! Existem várias estratégias pra isso.

Conclusão

O baixo é uma das coisas mais importantes e marcantes na música, mas também é o elemento mais fácil de se cometer erros. Se você realmente está sério na decisão de levar as suas basslines para o próximo nível, eu sugiro fortemente que conheça o programa BASSLINE NINJA 2.0 que está dentro do PME-CLUB.

O PME-Club é uma formação completa para produtores de música eletrônica, que é atualizada todos os meses com os melhores conteúdos. Além de 10 fases com toda a jornada que você precisa percorrer até o nível profissional, você também tem um suporte supremo com feedbacks, acompanhamento e uma comunidade insana. 


eduardojuliato

Eduardo Juliato se apaixonou pela música eletrônica em 2004, quando começou a frequentar as primeiras raves. Em 2005 começou a sua carreira como DJ e em 2009 como produtor. Em 2014 fundou a PME-Experts, uma escola online de produção de música eletrônica que hoje possui mais de 10 cursos e já ultrapassou os 2700 alunos. Seus conteúdos impactam semanalmente cerca de 30 mil pessoas nas redes sociais. Com seu projeto Sakyamuni, focado em Progressive Psytrance, tem lançado em importantes selos internacionais, como a Zenon Records, Soulectro e Weapon e tem se apresentado em todo o Brasil e em outros países como Peru, Bolívia e República Tcheca.

1 comentário

Acaro deep · 22/08/2017 às 4:14 pm

Muito bom as dicas, algumas dicas aqui só pude perceber depois de mais de 10 anos fazendo de forma errada.

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